sexta-feira, 22 de julho de 2011

ESCREVER SOBRE A ROTINA

Muitos de meus romances provavelmente poderiam ser classificados como romance de ação, pois eu gosto de focar na sucessão de eventos relevantes. Eu estou sempre contando o momento da vida daquela personagem quando ela está decidindo o rumo de sua vida, tomando decisões, resolvendo conflitos com a sociedade e consigo mesma, superando todos os obstáculos que eu e a vida colocamos na frente dela.

Uma história eu quis fazer diferente e contar justamente uma vida sem grandes conflitos, sem grandes feios e eventos – quis falar da rotina da vida comum. Essa história foi Construir a terra, conquistar a vida. Acho que por isso precisei de tantas páginas (876 manuscritas) pois falar do cotidiano dá mais trabalho do que destacar eventos importantes, mesmo sem contar os dias um por um. Bem, essa história também tem a particularidade de falar da vida de duas gerações: com mais personagens, com certeza se tem mais páginas.

Escrever sobre a rotina pode se tornar enfadonho e cansativo, pois a primeira impressão é de mesmice e repetição. E aí está a graça: um dia nunca é igual ao outro. E há os eventos meteorológicos e históricos que interferem na vida das personagens e ajudam a fazer que os dias sejam diferentes. Então, uma história sobre a rotina não é uma história monótona, e serve até de reflexão para nós tomarmos consciência de que nossa vida não é rotina, não é mesmice, não é repetição, mas cada dia é diferente e único para a história da vida de cada um de nós. Cada dia de nossa vida é um livro, original e interessante, que nós escrevemos, da melhor forma que podemos, tentando fazê-lo único e maravilhoso. Assim foram as vidas de Duarte, Fernão e suas famílias: rotineiras, monótonas, maravilhosas e interessantes.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

LANÇAMENTO DE “PRIMEIRO A HONRA”

Conforme planejado, o evento de lançamento do meu sétimo livro aconteceu no último dia 7, no Centro Cultural M&C. Tudo correu muito bem, e foi ótimo encontrar os amigos que vejo com freqüência, e amigos que eu não via a meses e até anos. Adorei a oportunidade de falar do meu livro, do meu blog, da minha carreira.

A mesa de petiscos tinha biscoitos, pastinhas e refrigerante, e uma “bargirl” preparava na hora caipiroskas e mojitos. Embora o lançamento estivesse previsto para acabar às 21h, ficamos lá até 21h30, conversando e beliscando.

Graças ao frio (foi a semana mais fria do ano na cidade até agora) e à vida cheia de compromissos dos meus amigos e leitores, muitos não conseguiram estar presentes. Não tenho como mandar as bebidinhas pelo correio, mas o livro, sim. Então, quem tiver interesse pode adquirir o livro e recebê-lo em casa. Comemorando o lançamento, todos os livros estão com frete grátis durante o mês de julho.

Depois, no dia 13, fiz uma manhã de autógrafos na Curves. Foi muito interessante misturar atividade física, boa forma e literatura. As meninas são animadas não só para se exercitar mas também para ler.

As fotos dos dois eventos estão neste álbum.

Agradeço a quem esteve presente, e também a quem queria ir mas por algum motivo não pôde; e a todos que me desejaram sucesso, e ficaram torcendo por mim. Muito obrigada!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

RELATÓRIO DE PROGRESSO – 1 MÊS

Faz exatamente um mês que estou escrevendo meu novo romance (Rosinha). Comecei pela contextualização da época, do local, da situação social e econômica; apresentei o casal principal e o relacionamento entre eles; também já inseri o mot da história: ele quer ir trabalhar em São Paulo para melhorar de vida. Acho que fiz de um jeito interessante, partindo do contexto mais abrangente até chegar ao problema pessoal da personagem principal.

Comecei a narração na década de 1870, apresentei as personagens em 1913 e estou chegando a 1915, quando há o primeiro ponto de virada importante na história. Há dois aspectos a comentar aqui. O primeiro é o estilo cinematográfico da introdução, como se uma câmera estivesse longe e viesse se aproximando, enquanto o tempo passa, para focar no meu casal, conversando à sombra de uma árvore. O segundo aspecto é essa questão do Ponto de Virada. Ano passado, encontrei na Internet um texto explicando como um romance deve ser estruturado, numa espécie de "fórmula dos Best Sellers". Segundo esse texto, uma história deve ter cinco pontos de virada; o primeiro deve acontecer a 10% do desenvolvimento do texto e o segundo a 25%. Ora, por mais que eu tenha toda a estrutura elaborada antes de começar a escrever – e essa história em particular tenha mesmo cinco pontos de virada previstos – eu não sei se o primeiro ficou em 10% e se o segundo vai cair em 25%. E depois que eu coloco os pontos de virada nos lugares deles, eu não posso ficar movendo “mais pra lá” ou “mais pra cá”, para que fiquem na posição “ideal”. É por isso que eu não gosto de fórmulas prontas, e minhas histórias não serão amoldadas por força a nenhuma estrutura pré-estabelecida que alguém (o mercado? os críticos?) decidiu que é a melhor. Fazer sucesso renunciando ao meu estilo e aos meus procedimentos é algo que não está nos meus planos. Mas não quero entrar em detalhes quanto às imposições do mercado editorial. Melhor falar da minha história.

Já percebi que não fiz descrições. Minhas personagens são tão comuns que eu esqueço que preciso dizer isso em algum lugar. Pelo menos já identifiquei a falha, e encontrei os pontos em que vou inserir as descrições, então vou resolver logo isso, para não ficar devendo para a hora da revisão.

Então estamos chegando a 1915, o primeiro ponto de tensão, quando Toni terá que decidir entre enfrentar a família e afastar-se de seu amor para viver seu sonho e tentar mudar seu destino; ou aceitar seu destino, renunciando a seu sonho, para ficar em paz com sua família e junto de seu amor. Será que ele vai escolher a dificuldade ou a tranquilidade?

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Um pouco sobre mim

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Mestre em História e Crítica da Arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Dedica-se à literatura desde 1985, escrevendo principalmente romances. É Membro Correspondente da Academia Brasileira de Poesia - Casa Raul de Leoni desde 1998 e Membro Titular da Academia de Letras de Vassouras desde 1999. Publicou oito romances, além de contos e poesias em antologias. Desde junho de 2009 publica em seu blog textos sobre seu processo de criação e escrita, e curiosidades sobre suas histórias. Em 2015, uniu-se a mais 10 escritores e juntos formaram o canal Apologia das Letras, no Youtube, para falar de assuntos relacionados à literatura.

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