Eu só percebi essa correspondência quando Alian conta a Karl sobre sua amizade com Pralan, e Karl percebe que sua relação com Curt acontece de forma semelhante. Só então pude começar a refletir sobre essa característica de algumas de minhas personagens. Essa história é bastante emblemática nesse sentido, pois, embora Curt tenha Lisbet e Karl tenha Isabel, as relações amorosas não são importantes, mas tudo gira em torno do conflito de poder entre o Conde e o Rei – o Grande e o Pequeno.
Também formam pares de grande-pequeno as personagens Fréderic e Estienne, de Pelo poder ou pela honra, Pedro e Luís Augusto, de uma história descartada sem nome; Anthony e Andrew, de O castelo mal-assombrado (descartada); Pedro e Augusto, de Difícil conquista (descartada); Daluvian e Denevole, de Aventuras dos Cavaleiros Cantores (que ainda não escrevi).
Rudbert e Ailan (Primeiro a honra) formam uma exceção à regra, por serem um par formado por um homem e uma mulher, mas num momento em que ela está disfarçada de homem. Quando o disfarce acaba, a configuração também desaparece.
Ayraci e Inês são o único par de grande-pequeno feminino, acompanhando um pouco Duarte e Fernão, que também são fortemente grande-pequeno (como Curt e Karl), numa relação de amizade que é sentida como se fosse sanguínea. Fernão foi inventado meio que para ser o pequeno de Duarte. Propositadamente ele é mais novo, mais estreito de ossatura e, no início da história, depende de Duarte para ter seu sustento e tomar decisões. Ele também tem características psicológicas e habilidades que Duarte não tem, para poder ser seu contraponto e seu complemento, o que também era meu objetivo para ele ao criá-lo.
Se explicar o que acontece e como acontece já me é difícil, nem vou me aventurar no campo do “por que”. Como tudo no meu processo de criação, o aparecimento da configuração grande-pequeno foge ao meu controle, pois sua origem está no meu inconsciente. Mesmo Fernão, que teve suas características escolhidas de uma forma mais planejada, podia não ter formado par com Duarte, no decorrer da ação, quando a personagem consolida suas características e toma as rédeas de seu destino. De qualquer forma, o “por que” não é importante para a criação, apenas complementa a análise posterior, e essa é obra da razão, que teima em querer explicações racionais para aspectos que simplesmente existem e independem de explicação para continuarem a existir.
Buscando novos estilos de escrita.
ResponderExcluirgostei do pouco que li.. voltarei.
www.paradigmapessoal.zip.net
este tenho ha algum tempinho.
http://movimentossimulados.blogspot.com
mesma linha mas ainda só tem um texto , tentando algo novo.