segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

FIM DE ANO

Tem sido difícil manter o blog atualizado, e vocês certamente estão percebendo isso. É difícil escrever um livro (a história de Rodrigo), revisar outro (De mãos dadas), publicar e lançar um terceiro (Construir a terra, conquistar a vida), produzir vídeos para o canal Apologia das Letras e ainda trabalhar no Iphan e cuidar da minha família. Ah, e escrever textos para o blog e alimentar a fan-page do Facebook. É muita coisa e, como não posso abrir mão de comer, dormir, ir ao Iphan e cuidar da família, as atividades literárias é que ficam prejudicadas. Este ano, dei prioridade à publicação de Construir a terra, conquistar a vida, que eu estava devendo desde 2012. E aí o blog vai ficando por último. Tenho pensado em reestruturar e mudar tudo... mas é algo a ser estudado nas férias. De qualquer forma, gostaria de ter novidades para apresentar a vocês em 2016. Não se preocupem: eu aviso.
Uma coisa que quero fazer mais em 2016 é conversar com vocês. Às vezes me sinto jogando palavras ao vento porque poucos comentam, poucos me mandam e-mail. Isso também me desmotiva a escrever, porque fico com a impressão de que ninguém lê, então meu trabalho é em vão. Quero mudar isso.
Tudo isso será tarefa para as férias de janeiro. Então me perdoem se vocês vierem aqui e não encontrarem nada novo para ler. Significa que estou escrevendo, revisando, publicando – o grosso do trabalho do escritor.

Bom Natal, Bom Ano Novo, e agora a gente se encontra em 2016.

domingo, 22 de novembro de 2015

LANÇAMENTO DE "CONSTRUIR A TERRA, CONQUISTAR A VIDA"

Já aconteceu! Foi uma tarde muito especial, em que consegui reunir muitos amigos, vindos de lugares diferentes: do trabalho, do Pilates, da natação da filha, amigos de longa data, amigos por parte de marido, por parte de mãe. Foi um encontro muito rico e divertido, e todo mundo saiu de lá com algum livro na mão. Tive oportunidade de falar um pouco sobre o que é a história do livro, e falei também sobre meus outros romances. Conversar sobre esses meus “filhos” é sempre uma alegria.

Bem, ainda tenho livros impressos, que podem ser pedidos pessoalmente ou pelo meu blog-livraria. Deixo aqui para vocês, o link para as fotos do eventoE espero ver todo mundo novamente no próximo!

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

CONSTRUIR A TERRA, CONQUISTAR A VIDA – AS CAPAS

Algumas pessoas me perguntaram o que significam os objetos extras nas capas de cada um dos tomos do livro; se há alguma ligação com o momento da história. Sim, há. O critério de divisão dos tomos foi o quantitativo de páginas, de forma que todos os três tivessem mais ou menos o mesmo número de páginas. Mesmo assim, em cada tomo, há predominância de certo tipo de evento, por conta do desenvolvimento da cidade e da fase das vidas das personagens principais. 


No primeiro tomo, predominam as lutas pela conquista da cidade, e os esforços com a construção de uma estrutura básica que mantivesse as pessoas morando no local. A conquista da cidade foi feita à base de força militar, representada pela espada presente na capa. 






No segundo tomo, a cidade está construída – e as famílias também – e é época de consolidar o poderio sobre a região e criar os filhos. Os dias das grandes batalhas se passaram, e as personagens podem trabalhar e aproveitar a vida em passeios e festas. Os mais velhos passam para os mais novos as tradições de histórias, músicas e danças e é o que o alaúde representa. 



No terceiro tomo, temos uma cidade que não sofre mais tantas ameaças e que começa a expandir e se firmar como um centro importante. Os filhos decidem seus destinos e a vida prossegue, no único caminho possível. O símbolo dessa fase são as três flechas de São Sebastião, que por muito tempo fizeram parte do escudo do Rio de Janeiro, nessa mesma disposição.



Venha conhecer Duarte Correia e o Rio de Janeiro do século XVI, dia 18/11, na M&C Escola de Música.

domingo, 1 de novembro de 2015

O GRANDE DIA!!

Hoje faz um ano que acabei de escrever De mãos dadas. Dei-lhe o ponto final, dividi os capítulos e lacrei-o numa caixa de arquivo. Ou seja, hoje é teoricamente o dia de abrir a caixa e reler a história fazendo a primeira avaliação. Sempre passo esse ano de espera ansiosa por este dia de rever meu filhote adormecido, e este ano não foi diferentes. Em várias oportunidades, quase todos os dias, eu me lembrei de trechos, cenas e falas do livro. E o mais importante: passei esse ano sem botar os olhos no texto, revivendo-o só de memória (porque escrever totalmente uma história que eu levei mais de dois anos para escrever seria quase impossível) e ansiando pela hora de poder reler.

Mas desta vez vou fazer algo diferente: não vou abrir a caixa e reler minha história hoje. Estou finalizando os preparativos do lançamento de Construir a terra, conquistar a vida, que já ficou bastante tempo relegada a segundo plano porque eu queria escrever De mãos dadas. Atrasei a publicação por não conseguir conciliar escrever um gigante e publicar outro. Então agora é hora de inverter as prioridades e dar a Construir a terra, conquistar a vida a importância que ela tem. Depois do lançamento (que será dia 18/11, no M&C Escola de Música – ver convite aqui), então escolho um final de semana ou um feriado para o prazer que será reler e avaliar De mãos dadas.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

AULA DE TÉCNICA HISTÓRICA

Aprendi a fazer romance histórico com o livro Scaramouche, de Rafael Sabatini. Faz quase trinta anos que li (e ando morrendo de vontade de reler) e ainda lembro da primeira frase, que sintetiza o caráter do protagonista, André Louis Moreau: “Nascera com o dom de rir e a ideia de que a humanidade é louca” – ou algo parecido.
O livro foi escrito em 1921 e ambientado durante a Revolução Francesa (1789-1793) e esse lapso temporal entre a época de escrita e a época da ação é fundamental para a conceituação de um romance como histórico. Sabatini foi brilhante ao intrincar sua história fictícia aos eventos históricos que derrubaram a monarquia na França. André Moreau participa dos acontecimentos, encontra as pessoas reais e interage com elas. Não interessa muito se as pessoas fizeram aqueles gestos ou falaram aquelas palavras: Sabatini criou dentro das características dessas pessoas conforme registrado pelos estudiosos, então elas são totalmente reais, verossímeis.
Embora eu me considere uma boa aluna, essa construção interligando realidade e ficção não é fácil de fazer. Eu comecei a tentar fazê-la nos meus romances em 1991 (já com seis anos de prática de escrita), no romance Uma antiga história de amor no Largo do Machado mas só consegui fazer que minhas personagens andassem por uma cidade real com pontos de referência existentes. O marco importante é Construir a terra, conquistar a vida (1996), em que minhas personagens participam ativamente dos eventos da história da cidade e interagem com pessoas que existiram de verdade. Mas ainda não era o intrincamento que eu consegui fazer em De mãos dadas (2009). Toni não apenas participa dos eventos mas também é arrastado por eles, como num turbilhão incontrolável. Diferente de Duarte, que constrói os eventos com seus concidadãos, Toni é vítima dos acontecimentos. Duarte esforça-se para participar da História, enquanto Toni quer escapar dela para apenas trabalhar e viver em paz.

Acho que agora aprendi realmente a lição do mestre Sabatini. Mas não sei quando terei oportunidade de praticar novamente, pois a história de Rodrigo, que estou escrevendo agora, não pede esse tipo de estrutura histórica, nem a história que pretendo escrever em seguida, que vou chamando de Amnésia até dar-lhe um título. Mas, quando eu tiver uma outra trama histórica para escrever (e isso não quer dizer ambientar a história no passado), eu já sei que ferramentas usar para interligar ficção e realidade. Obrigada duas vezes, Rafael Sabatini: pela experiência prazerosa que tive ao ler Scaramouche, e pela aula de como fazer um romance histórico.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

INFLUÊNCIAS - PARTE 2

Muitas vezes, identifico nos meus textos algumas características que são influências recebidas de livros que eu li e de filmes que eu vi. Tenho escrito alguns textos sobre isso (Influências, Releituras, Amor à primeira vista, Amor desde sempre). Mas ultimamente tenho pensado muito em um livro que eu não li inteiro mas que, mesmo assim, me influencia muito, especialmente na composição das personagens. É o livro A filha do diretor do circo, da Baronesa Ferdinande Maria Theresia Freiin von Brackel. O livro foi escrito em 1875 e minha mãe tem provavelmente a edição de 1913, com capa de tecido marrom.
Há duas questões a esclarecer. A primeira delas é porque eu não o li até o final. A segunda é de que forma esse livro me influencia. Antes de tudo, preciso dizer que eu gosto dessa literatura do século XIX. Apeguei-me à literatura – para ler e para escrever – com os clássicos (e alguns não tão clássicos) do romantismo do século XIX. O tipo de escrita e a linguagem me são familiares e eu aprecio a forma dramática como as coisas acontecem. Em outras palavras, eu estava adorando a história. Apaixonei-me pelo amor de Nora e Kurt – tanto que dei ao Conde Legrant o nome de Curt em homenagem ao Conde Curt Deghental (eu achava que se escrevia com C. Recentemente fui conferir e vi que é com K). É uma típica história de abismo social, em que um membro da nobreza (Conde Deghental) se apaixona por uma plebéia (Nora Carstens, a filha do diretor do circo) e eles precisam enfrentar a pressão das famílias e da sociedade para poderem ficar juntos. Bem, esse é um tema que me acompanha desde aquela “primeira história adulta”, criada ainda na pré-história da minha carreira, e que depois eu escrevi com o nome de Petrópolis (1986) e que mais recentemente eu retomei e se tornou Não é cor-de-rosa (2005). Essa já é a primeira influência: a temática recorrente, que também aparece em Luz dos meus olhos, Tudo que o dinheiro pode comprar, Construir a terra conquistar a vida (com algumas personagens), e até na história de Rodrigo, por um prisma diferenciado.
Então eu estava lendo e adorando até o ponto em que alguém sugere que eles fiquem separados por um ano, para testarem a constância de seu amor. Embora receosos, eles aceitam e aí a minha curiosidade me levou à última página do livro: eu precisava saber se o amor que eu achava tão lindo era também constante e manteria o casal unido até o fim. E foi quando eu descobri que... o livro da minha mãe está incompleto. Falta o último caderno inteiro, o que deve dar mais ou menos 64 páginas. Ou seja, eu nunca saberia se eles ficaram juntos ou não. Então eu parei de ler ali mesmo, naquele momento, naquele ponto de extrema tensão (é possível que o marcador ainda esteja em algum lugar entre as páginas). E, na minha paixão adolescente, eu desejei intensamente que o amor deles passasse nessa prova de constância, e eles chegassem vitoriosamente juntos ao final do livro. Esse sentimento moldou o temperamento de todos os meus apaixonados, desde Alex e Cathy (1982) até Rodrigo e Ângela (2015). Meus amores são constantes e resistem à separação e a qualquer prova que a vida exija deles, o final que eu espero que a Baronesa tenha dado a meus queridos Nora e Kurt.
Então, mesmo sem ter chegado ao final do livro – não por culpa da história, nem minha – A filha do diretor do circo me marcou profundamente e me influencia fortemente durante toda a carreira.

Se eu tenho curiosidade de saber o final da história? É claro que sim!! É uma curiosidade que dura cerca de 30 anos. Infelizmente é um livro com edições esgotadas e raro de se encontrar entre os livros usados, o que faz com que seu preço seja bastante elevado. Mas continuo procurando e, um dia, acabo de ler esse livro, para ver se a Baronesa von Brackel pensava como eu e fez o amor vencer no final.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

OPS!

Essa foi minha reação quando me lembrei de que hoje é dia de publicar aqui no blog. Logo pensei "tenho algum texto pronto ou começado?" A resposta naturalmente foi "não". O sentimento seguinte foi de busca: sobre o que posso falar? Que temas eu gostaria de trabalhar? Não encontrei outra resposta que não fosse a história de Rodrigo. Estou, como sempre, fascinada pelas personagens, pelo desenrolar da trama. Essa história tem um diferencial a mais, pois, diferente dos últimos romances que escrevi, ambientados em locais distantes e épocas passadas, a história de Rodrigo se passa nos nossos dias, e no meu bairro. A escola em que eles estudam fica próxima à escola da minha filha; eu passo todos os dias por ruas por onde eles andam. Sei exatamente em que altura das ruas eles moram, em que prédios. Eles pegam os mesmos ônibus que eu; os pontos de referência deles são os mesmos que os meus. São personagens muito próximas de mim, inclusive territorialmente. Isso talvez esteja me causando um fascínio extra em relação a elas. A história também é singela, apaixonada, e eu acabo me envolvendo mais especialmente com as personagens. Também estou gostando muito de tratar da adolescência, do ambiente escolar, essa miniatura do mundo social onde podemos encontrar amizade de verdade, companheirismo, lealdade, mas também preconceito, segregação, incompreensão. E Rodrigo e Ângela estão soltos nesse mundo, enfrentando desafios pessoais e sociais, superando seus limites o tempo todo, e até lutando contra o mundo para viverem seu amor.

Antes de começar a escrever hoje, eu estava na página 95. Como julho e agosto têm 31 dias cada, faz 62 dias que comecei a escrever, o que me deixa com uma média de 1,5 páginas escritas por dia. Não que eu esteja escrevendo uma página e meia todo dia. Não. Em alguns dias, não consigo escrever nada; em outros, escrevo até quatro páginas. Essa média me deixa muito satisfeita, pois indica que não vou levar anos escrevendo esse primeiro livro. Já estou chegando à página 100 e ainda estou nos eventos do mês de abril (a história vai até novembro). Acredito que deve chegar a quase 400 páginas e, nesse ritmo, vou levar somente pouco mais de seis meses para terminar. Essa é uma previsão muito boa.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

MISCELÂNEA

O problema de estar escrevendo um romance/novela é que não me sobra tempo para escrever os textos do blog. Então este texto será composto de apenas duas notícias.
Em primeiro lugar, a história de Rodrigo, meu encanto atual. Tenho escrito bastante e estou na página 80. Para o namoro começar de fato, falta só eles darem esse nome. A turma da escola já começou a se opor a Rodrigo, ainda sutilmente. A família de Ângela está desconfiada e a de Rodrigo nem imagina o que está acontecendo realmente. Para mim, o importante é que os dois adolescentes estão felizes juntos.
No início de agosto, um grupo com 11 escritores lançou um novo canal literário no Youtube. Chama-se APOLOGIA DAS LETRAS. Eu faço parte desse grupo e meu primeiro vídeo foi ao ar dia 20/8. Com livro para escrever e vídeo para gravar, não sobra mesmo tempo para escrever para o blog, né? Aos poucos eu vou me organizando e arranjando tempo para tudo. Para facilitar a busca de vocês, aqui vai o link para o canal e também o link para o meu vídeo. Não deixe de se inscrever. Temos também uma fan-page no Facebook

Não tenho outras novidades, nem tenho pensado em temas que não estejam diretamente relacionados à história de Rodrigo. Então, por ora, fico por aqui.

sábado, 1 de agosto de 2015

UM MÊS DEPOIS

Sim, já faz um mês que comecei a história de Rodrigo. Estou caminhando bem: 51 páginas (média de 1,7 páginas por dia) e a história, que começa no mês de fevereiro, já está no mês de março. Rodrigo já conheceu Ângela e está encantado com ela.
Quando eu comecei a escrever, estabeleci como meta escrever pelo menos uma página por dia – o que dobraria minha média histórica, que é de meia página ao dia. Fiz isso seguindo a sugestão de Stephen King, em “Sobre a escrita”. Ele também estabelece metas diárias e persiste na atividade até cumpri-la. É bem verdade que a meta dele (cerca de 10 páginas) é muito maior do que a minha mas esse é o trabalho dele, enquanto que eu preciso de um emprego que pague as minhas contas. Então a minha meta é muito inferior à dele mas, ao mesmo tempo, um desafio para mim. E estou conseguindo cumprir e até ultrapassar. Comecei a marcar a primeira letra escrita em cada dia e assim percebi que, enquanto que, em  alguns dias com mais atividades extra-escrita, eu só consigo escrever meia-página, nos dias em que posso dedicar um pouco mais de tempo à tarefa, tenho escrito até quatro páginas. Se, como Stephen King, eu tivesse três horas diárias exclusivamente para escrever, eu produziria bem mais do que as dez páginas da meta dele. Se, em meia hora, eu consigo escrever quatro páginas, em três horas eu escreveria pelo menos 20 páginas (sempre se perde algum tempo organizando as palavras). Quem sabe um dia eu consigo esse tempo?

No exato dia de hoje eu estou escrevendo uma cena longa, que é o primeiro encontro de Rodrigo e Ângela fora da escola, num sábado à tarde. A vontade de se considerarem namorados virá com o segundo encontro, no sábado seguinte. E então os problemas começarão: a família e os amigos não aceitarão que ele goste dela e expressarão isso com hostilidade. Como todo adolescente, Rodrigo precisa se sentir aceito por seu grupo social e o romance com Ângela o afasta desse objetivo. Como o encanto inicial sobreviverá a tanta adversidade? Quem sabe eu poderei contar isso no próximo mês.

sábado, 11 de julho de 2015

PERGUNTA DE ENTREVISTA

Quando vejo/leio/ouço um escritor ser entrevistado, além de ficar atenta a suas respostas, fico imaginando que aquelas perguntas poderiam ser feitas a mim, e fico pensando em que respostas eu daria. Ouvi uma pergunta este ano que primeiro me deixou surpresa e depois confusa de como responder – e eu não entendia por que, se era uma pergunta tão básica. É que, a meu ver, a pergunta está errada. Fiquei refletindo sobre ela muitas semanas e agora publico aqui a tal pergunta e minha resposta.
P: Quem é a pessoa por trás do autor?

R: Não existe ninguém por trás do autor. Exercer uma atividade criativa não é como virar super-herói. Ser escritora não é uma máscara que eu visto, ou uma roupa colante com capa (ou melhor, sem capa, como recomenda Edna Moda, do filme Os Incríveis). Eu não “viro escritora” quando pego caneta e papel para escrever. Ser escritora é tudo, é a pessoa que eu sou. Eu não desligo minha identidade escritora para almoçar ou tomar banho. Eu não deixo de ser escritora quando vou à ginástica ou ao cinema. Ao contrário, penso que é nessas atividades de vida cotidiana que minha “identidade escritora” está mais ativa. Então penso que, na verdade, o que você quer saber é “o que você escritor faz quando não está efetivamente escrevendo?” A resposta é muito simples: quando não estou efetivamente escrevendo, estou vivendo como qualquer pessoa: pegando metrô cheio para ir trabalhar; almoçando; lavando louça; dormindo; lendo; assistindo a filmes; fazendo dever de casa com a filha; passeando com o marido; e todas essas coisas de gente normal. Afinal de contas, todo autor é, antes de tudo, uma pessoa normal.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

CHEGOU A HORA

Segurei a vontade o quanto pude; contive a abstinência até onde fui capaz. Mas agora chega. Esse desejo é mais forte do que eu e eu vou ceder e me entregar a ele: hoje começo a escrever a história de Rodrigo (ainda sem título). Já elaborei tudo o que podia, já desenvolvi personagens, trama, cenas, falas, tudo o que era necessário. Para fazer a história se desenvolver mais, a partir de agora, só escrevendo. Então vou escrever.
Começo, como sempre, do começo, embora tenha visto em algum lugar que começar do começo é uma situação clichê. Não faz mal. Preciso desse tempo para apresentar as personagens, o cenário, a situação em seu momento de calma. Não é o tipo de história que dá pra começar já apresentando o conflito. Então começo do começo, com Rodrigo acordando e indo para a escola nova, no primeiro dia de aula, em fevereiro. Ângela só aparece depois do Carnaval – que eu ainda tenho que descobrir quando foi, naquele ano.
Ah, pois é, acabou virando romance histórico. Quando eu a inventei, era para acontecer no ano em que eu escrevesse. Mas depois que criei as duas sequências à história, acontecendo anos e anos depois, eu só tinha duas alternativas: fazer o livro 1 no presente e jogar o livro 3 para o futuro; ou fazer o livro 3 no presente e jogar o livro 1 para o passado. Escolhi a segunda opção. Então Rodrigo é adolescente mais ou menos em 2007 (preciso conferir essas contas), no primeiro livro. O segundo livro se passa em 2013 e o terceiro, em 2017, quando estarei justamente escrevendo-o.
Não será difícil recriar o ano de 2007. Nossa cultura não mudou tanto assim que eu precise de muita pesquisa para contextualização. O cuidado maior será quanto às questões de tecnologia, que me parece ser a área em que estão as maiores diferenças.

Estou muito feliz com a perspectiva de trazer Rodrigo e Ângela à vida, de fato, escritos em papel. Depois eu conto pra vocês como está ficando.

domingo, 21 de junho de 2015

SOBRE A ESCRITA

Acabei de ler (pela segunda vez, tomando notas) Sobre a escrita, de Stephen King. Fiquei encantada com a forma simples e despojada de ele falar – sim, o texto parece uma conversa entre amigos. E adorei o conteúdo, em parte porque concordo com ele em muitas coisas – e é muito bom ouvir seu pensamento polêmico na boca de alguém famoso, porque isso para mim significa que estou no caminho certo – e em parte para organizar meu método e acrescentar o que falta. Quem sabe assim não consigo saltar de “escritora competente” para “boa escritora”? e finalmente ter meus livros publicados e lidos em quantidade.

A pior parte é ler os “do” e “don’t” (“faça” e “não faça”) e estar coma história mais recente ainda fechada numa caixa. Ele recomenda escrever um livro em três meses e depois passar seis semanas em tempo de espera, para o escritor esquecer o que escreveu e para o texto amadurecer (exatamente o termo que eu uso). Para mim, seis semanas é pouco. Minha memória é muito boa e às vezes nem um ano inteiro (o meu tempo de espera) é o bastante para que eu esqueça falas inteiras de algum trecho mais marcante da história. Ah, e eu adoraria poder escrever um livro em três meses. Se eu tivesse três ou quatro horas por dia para essa atividade (como ele recomenda e os escritores profissionais têm), eu certamente faria um livro de 300 páginas em três meses (escrevi as 160 páginas de O maior de todos em 40 dias: estava de férias e passava o dia escrevendo). Então, ao ler os “do” e “dont’s” do amigo Steve, minha vontade é pegar De mãos dadas de dentro da caixa e conferir se fiz o que ele recomenda. Mas isso só será possível em novembro. Enquanto isso, vou conferindo esses pontos nas histórias mais antigas que ainda não foram publicadas. Lá vou eu incrementar minhas revisões... e isso é ótimo!

quinta-feira, 11 de junho de 2015

INFLUÊNCIAS

Quando se pergunta a um escritor que autores e obras o influenciaram, a resposta em geral fala dos autores imortais e das obras clássicas: Fiodor Dostoievsky, Émile Zola, Charles Dickens, Joaquim Maria Machado de Assim, Jane Austen, Leon Tolstoi, Jorge Amado, Stendhal, Gustave Flaubert, Alexandre Dumas, entre tantos outros medalhões que são exemplo de como se escrever bem. Eu tenho alguns desses na minha lista também mas tenho que reconhecer que sou muito influenciada, especialmente em termos de caracterização das personagens e construção da dramaticidade das cenas, por uma obra que não é exatamente literária, mas televisiva: Jornada nas Estrelas – a série clássica, estrelada por atores que, infelizmente vêm nos deixando, um por um. Jornada nas Estrelas declaradamente buscou muitas de suas referências na obra de Shakespeare, então ouso dizer que, indiretamente, Shakespeare é uma influência importante na minha obra. E então eu me lembro do curto encontro que tive com o escritor e acadêmico Antônio Olinto, quando mostrei a ele Construir a terra, conquistar a vida. Numa olhada rápida, ele identificou a quantidade de diálogos existentes no texto e disse algo que ficou marcado na minha memória: “o grande mestre dos diálogos é Shakespeare”. Conheço Shakespeare apenas de filmes e óperas, ainda não li nenhum dos textos dele. Mas fico pensando: meus diálogos (a quantidade e o uso que faço deles) serão influência de Shakespeare, recebida pelos filmes sobre as obras dele e também por Jornada nas Estrelas? Se a resposta for “não”, permanece a questão de de onde eu tiro tantos diálogos. E, se a resposta for “sim”, fico honrada de beber de uma fonte tão rica e valiosa.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

APENAS SEIS ANOS

Mais um aniversário do blog. Faz seis anos que eu comecei a me aventurar nesse território da publicação virtual, trazendo para meus leitores curiosidades sobre meus livros, reflexões sobre meu método de criação e novidades várias sobre o livro que estou escrevendo no momento. Tem sido uma experiência interessante, embora muitas vezes me pareça que estou aqui conversando com as paredes, pois meus textos são vistos, mas pouco comentados. A sorte é que eu sou teimosa e prossigo de qualquer jeito, atolada na lama até os joelhos ou remando contra a maré. Não importa, eu estarei aqui, jogando minhas palavras ao vento (clichê!) na esperança de que alcancem alguém.

Não é fácil ter assunto para seis anos de textos. Como são três por mês, são 36 textos por ano. Em alguns anos, publiquei a mais; em alguns anos, publiquei a menos, então não basta multiplicar 36 por 6 para saber quantos textos estão publicados aqui. A conta vem a ser mais complexa.

Cheguei a pensar em começar hoje meu novo livro (a história de Rodrigo, ainda sem título) mas isso seria assumir um compromisso que eu não daria conta de cumprir da forma como gosto: escrever sem parar. Como ainda estou cuidando da publicação de Construir a terra, conquistar a vida, não quero desviar minha atenção com uma atividade muito mais absorvente como é o processo de criação e escrita. Então deixo para começar depois. Não tenho pressa.

Feliz aniversário do blog para mim que escrevo e para vocês que leem. 

quinta-feira, 21 de maio de 2015

OS DIÁLOGOS

Estive lendo Álvares de Azevedo e Ernest Hemingway (livros de contos que estavam na estante há anos, quase esquecidos) e descobri que sou mesmo neurótica pela correta indicação de quem fala nos diálogos. É um cuidado que eu sempre tenho e que recomendo a outros escritores, e que eles, autores consagrados, não têm. Como os famosos e imortais são eles, a errada devo ser eu, por me preocupar com um detalhe com que os grandes figurões não se preocupam.
Bem, chamar de neurose deve ser exagerado porque eu tenho motivos muito justos e racionais para desejar sempre saber quem está falando: para mim, cada personagem tem uma voz e um modo de falar particular e, se eu não souber quem está falando, não posso atribuir essas características àquela frase. E ler todas as frases com a mesma voz é realmente maçante.

Achei Hemingway brilhante na narrativa. Ele descreve, ele envolve, ele cativa. Mas achei os diálogos fracos e vazios. Achei que não acrescentaram nada à história e que, talvez, textos apenas narrativos poderiam ter sido mais agradáveis de se ler (isso porque adoro ler diálogos). Eu lia os diálogos e pensava “e daí? Para que essa personagem disse isso? O que essa fala esclareceu ou valorizou?” E aí meio que entendo porque muitas pessoas elogiam os diálogos das minhas personagens: eles me ajudam a construir a caracterização das personagens e trazem informações importantes sobre a visão de mundo daquela personagem e, por extensão, da época em que a personagem vive. Meus diálogos têm emoção, têm drama, têm conflitos; é nos diálogos que a relação humana acontece. E eu gosto disso. Então acho que vou continuar neurótica nesse aspecto.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

NOVIDADES DE PROCESSO CRIATIVO

Pela primeira vez estou inventando uma história dividida em partes, que no final formação livros independentes. Eu não tinha noção de como é esse processo e estou descobrindo que, diferente do que eu pensava que seria, eu não vou criar todo o livro 1 primeiro, para depois me dedicar ao livro 2 e só então detalhar o livro 3. Como é uma história só, ela acontece toda ao mesmo tempo na minha cabeça. Eu até tento detalhar mais as cenas do livro 1 mas muitas vezes me pego detalhando cenas inteiras do livro 3 que, se tudo correr conforme o planejado, eu só vou escrever em 2017.
Além dos detalhes da ação, vou construindo os detalhes de caracterização das personagens. Rodrigo deve ser alto ou baixo? Tipo rebelde ou comportado? Gosta de rock, funk, pop ou música clássica? Torce para qual time de futebol? Como adolescente e púbere que é, deve ter espinhas nas bochechas? Cada escolha dessas me abre um leque de comportamentos e falas possíveis para usar e eu, na verdade, gosto de experimentar todos eles antes de me decidir por algum.

E assim vou, experimentando e detalhando devagar, construindo personalidades e recriando o mundo em que Rodrigo e Ângela vão viver e se encontrar.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

RELACIONAMENTO

Estou num momento interessante de meu relacionamento com Toni. A história está guardada, lacrada numa caixa de arquivo e meu compromisso é só reler depois de 1/11/2015 (um ano depois que acabei de escrever). Mas, se posso evitar ler, é claro que não posso evitar lembrar. Então, volta e meia me pego revendo cenas que fiz, lembrando de gestos e falas, e sentindo saudades das personagens com quem convivi por três anos e cinco meses: Luigi, Raquel, Ricardo, Letícia, Dona Luizinha, Rosa e, naturalmente, Toni.

Tenho muita satisfação em lembrar. Fico com a sensação de que fiz direito, de que o texto realmente ficou bom. E o melhor é a certeza de que a saudade vai ter fim. E que, depois de 1/11/2015, eu poderei ler tudo sempre que quiser.

terça-feira, 21 de abril de 2015

VIDA E MORTE

Acusam-me de matar muitas personagens em minhas histórias mas minha mania de tabelas tem outra opinião. Na verdade, em minhas histórias nasce muita gente. Se são 72 mortes em 59 histórias (conto apenas as que eu escrevi até o fim) – média de 1,22 mortes por história – são 66 nascimentos nas mesmas 59 histórias – média de 1,18 nascimentos por história. 

Há apenas oito histórias com três ou mais mortes: Juliana (4 mortes), Viagem sem volta (3 mortes), Mosteiro (4 mortes), O maior de todos (12 mortes, mas há que se considerar o período da Peste Negra e a trama de golpe de estado), Primeiro a honra (3 mortes), Vingança (8 mortes, mas há que se considerar que é uma história de vingança), O canhoto (4 mortes, como em Mosteiro), De mãos dadas (6 mortes, sem esquecer de considerar a Gripe Espanhola, que matou mais do que eu), totalizando 44 mortes só aqui.

Do outro lado, são cinco histórias com mais de três nascimentos: Juliana (4 nascimentos), Idade média (5 nascimentos), Tudo que o dinheiro pode comprar (4 nascimentos), Construir a terra, conquistar a vida (17 nascimentos), De mãos dadas (22 nascimentos), totalizando 52 nascimentos só aqui.

Percebe-se também que quanto maior o número de páginas, maior o número de nascimentos e menor o número de mortes: Construir a terra, conquistar a vida tem 895 páginas manuscritas, 2 mortes e 17 nascimentos; De mãos dadas tem 810 páginas manuscritas, 6 mortes e 22 nascimentos.Então, se há nascimentos como há mortes (para não falar na quantidade de personagens que nem nascem nem morrem durante as histórias), na verdade o que há em minhas histórias é um retrato mais ou menos real do que é a vida: pessoas nascem, vivem e morrem. Sem cobranças, sem culpas.

sábado, 11 de abril de 2015

FINALMENTE VAI NASCER EDUARDO

Quem será essa personagem que merece ter seu nascimento anunciado? É o filho de Rodrigo, o protagonista de meu próximo romance. Estou numa fase de organizar as informações e a estrutura da história e uma das questões a definir é o nome das personagens. Pensei em chamá-lo de Lucas ou de Tiago mas alguma coisa me dizia que esses nomes não seriam bons. Em vez de ficar quebrando a cabeça para resolver um problema, gosto de deixar o inconsciente aflorar para que ele resolva. Então parei de pensar em que nome daria ao menino. De repente, do nada (assim chamamos quando o inconsciente passa alguma informação à consciência), eu me lembrei que devo seguir uma tradição que criei, senão ela deixará de ser tradição.
Já expliquei essa tradição em outro texto mas vou repetir o princípio básico aqui: filhos de protagonistas nascidos durante a história recebem o nome do último protagonista que teve filhos. Até hoje, só fiz isso para os meninos. Hora de pesquisar como anda o nascimento de meninas... A tradição começou com Miguel Vasconcelos de Araújo, que foi pai de Ricardo, como Ricardo de Almeida. Depois Duarte Correia foi pai de Miguel. E depois disso (2002), nenhum outro protagonista teve filhos. Agora, finalmente, Rodrigo terá um filho. Não vou contar seu nascimento porque ele nasce no tempo entre o livro 2 e o livro 3. Mas é uma criança que nasce enquanto estou contando uma história, uma vez que a história de Rodrigo é um conjunto de três livros. Então, se o protagonista tem um filho, ele deve ter o nome do protagonista anterior. Não cabe, nos dias de hoje, em pleno Rio de Janeiro (época e local da história de Rodrigo), chamar uma criança de Duarte – essa forma do nome caiu em desuso por aqui (embora continue sendo usada em Portugal). Então vamos modernizar e abrasileirar Duarte e vê-lo transformar-se em Eduardo.
É uma alegria dar continuidade a uma tradição que é só minha e que, portanto, precisa de mim para continuar existindo. E o problema de que nome dar ao garoto foi facilmente resolvido: o filho de Rodrigo se chamará Eduardo. Assim também já fica decidido que, depois de Eduardo, o próximo menino que nascer se chamará Rodrigo.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

DE REPENTE, 30

Este mês faz 30 anos que eu resolvi que escrever histórias era uma atividade interessante e algo que eu gostaria de fazer intensamente. É claro que eu não podia imaginar que 30 anos depois eu estaria falando sobre isso, ainda mais num blog. Pois é, há 30 anos atrás, não existia internet e nem mesmo computador pessoal como os conhecemos hoje. Muita coisa mudou no mundo em 30 anos e eu também mudei muito durante esse tempo. Cresci, estudei, casei, mudei de casa várias vezes, aprendi muitas coisas, me tornei mãe. Minhas histórias acompanharam esse percurso de vida, crescendo, estudando, aprendendo, mudando, formando famílias. É interessante ver os textos que eu escrevia há 30 anos atrás. Pensando melhor, é tenebroso ver esses textos. Eu era apenas uma adolescente imatura e as histórias mal-contadas refletem isso. Hoje vejo adolescentes (meninos e meninas) de 14 e 15 anos que escrevem muito melhor do que eu escrevia com a mesma idade. Talvez porque eles estão intencionalmente escrevendo um romance e, portanto, conscientes e atentos à estrutura e aos elementos do gênero. Eu nunca escrevi livros; a vida toda escrevo histórias, que no decorrer da escrita se mostram contos, novelas e romances, e depois viram livros. Tudo realmente informal, no fluxo do inconsciente. Os elementos necessários aos gêneros vão entrando no texto devagar e de forma automática durante a escrita, ou analiticamente durante as revisões.
Meu método e procedimentos também mudaram, amadureceram, consolidaram-se e hoje são muito mais consistentes e refletidos do que há 30 anos atrás. Eu agora sei o que fazer com uma idéia, como construí-la e desenvolvê-la, como trabalhar os temas e amadurecer as personagens.
Os objetivos mudaram também e, se no início eu queria revolucionar a história da literatura brasileira, hoje fico feliz por escrever o que alguns chamam de literatura de entretenimento. Há um certo preconceito nessa denominação, como se fosse uma forma menor de literatura, mas hoje isso não me incomoda mais. O importante é fazer bem feito, e esse é meu empenho.
Chego então aos 30 anos com os seguintes números:
- 311 ideias registradas
- 141 histórias criadas (com começo, meio e fim)
- 23 histórias sobreviventes, que se dividem em:
            - 2 contos
            - 3 romances de cavalaria
            - 18 romances ou novelas
- 10 histórias suspensas (aguardando eu resolver algum problema estrutural para poder escrever)
- 20 histórias sobreviventes escritas
- 8 histórias publicadas: O destino pelo vão de uma janela, O processo de Ser, Pelo poder ou pela honra, O aro de ouro, Nem tudo que brilha..., O maior de todos, Primeiro a honra, A noiva trocada.
- 11 histórias na fila de publicação: Construir a terra conquistar a vida, Vingança, Amor de redenção, Não é cor-de-rosa, O canhoto, Biblioteca de Kerdeor (Romance em prosa do Cavaleiro de Nova Gália, História da vingança do bretão, Os Cavaleiros Cantores), O cisne (conto), Labirinto vital (conto), O Além (conto).
- 1 história escrita aguardando avaliação: De mãos dadas.
- 4 histórias aguardando para serem escritas: Rodrigo – que vai gerar 3 livros, Amnésia.
Durante esses 30 anos, passeei pelos gêneros – conto, crônica, novela, romance, poema – e por sub-gêneros – histórico, urbano atual, ficção científica, alegoria, policial, suspense, fantasia. Me diverti muito com todos eles, abandonei uns, demonstrei preferência por outros. A predileção pelo romance histórico parece óbvia mas não é real: também gosto bastante de ambientar histórias no presente da minha cidade; gosto de andar por onde minhas personagens andam, de ver o que elas veem. Gosto de me estender nos romances, mas também de ser rápida e objetiva nas novelas. Então, na verdade, apenas gosto de contar histórias, de preferência longas, em que as personagens possam desenvolver e mostrar suas personalidades, de forma que sejam amadas ou odiadas pelos leitores.

Não sei como estarei daqui a trinta anos, quantas histórias terei inventado, quantos livros estarão publicados. Mas espero poder voltar aqui (ou ao que existir na época, no lugar dos blogs atuais) para contar a vocês.

sábado, 21 de março de 2015

OS FEIOS

Não gosto de personagens deslumbrantemente bonitas. Lembro que, quando comecei a escrever, todo mundo era príncipe ou princesa, e minha mãe chamou à atenção a inconveniência dessa coincidência. Imaginário de contos de fadas começa a criar assim. Aos poucos, fui conseguindo fincar os pés no chão (pelo menos um pouco) e começar a inventar personagens que são pessoas comuns. E pessoas comuns não são nem feias nem bonitas; são simplesmente comuns. Aprendi a colocar a beleza das personagens não nelas mesmas, mas nos olhos de quem as vê. Então tenho poucas personagens realmente bonitas – nem me ocorre o nome de nenhuma para citar aqui. Quando vou descrever as personagens, acabo falando de poucos detalhes, só do que realmente faz diferença para a história. Porque não importa se a personagem tem olho castanho ou azul: ela enxerga do mesmo jeito. Me prendo mais em cores do que em formas, e na maneira como as personagens usam seus atributos físicos – por exemplo, cabelo curto ou comprido, solto ou preso. Mas se isso for importante para a história, se ajudar a compor a personalidade da personagem.
Minha "feia" mais famosa é Inês, tida por feia inclusive pelo pai, pelos filhos e por ela mesma, mas cuja aparência muito encanta Fernão, o marido. Na verdade, é o que importa: que a beleza esteja nos olhos da pessoa certa.

quarta-feira, 11 de março de 2015

DE ONDE VÊM AS PERSONAGENS?

Nesse último mês de dezembro, li o livro A personagem, de Beth Brait (Série Princípios da Ed. Ática, 2006). A parte que eu mais gostei foi o último capítulo, quando escritores tentam explicar como é o processo pessoal de criação de suas personagens. Foi muito válido para eu tentar perceber e registrar  em palavras meu próprio processo.
Eu diria que minhas personagens nascem de dentro para fora. No início, a personagem é um sentimento, um desejo, um ideal que aos poucos vai ganhando corporeidade. Em primeiro lugar, ela ganha um objetivo a alcançar e, em decorrência, características de caráter que a façam ter sucesso de forma fácil ou difícil. Depois vêm os obstáculos e ajudas, que acrescentam à personagem outras características. Sim, a trama ajuda a formatar a personagem. No meu processo, uma não existe sem a outra. Só depois que a história existe e se sustenta é que eu vou completar as características da personagem: idade, época em que vive, onde nasceu, onde mora, estrutura familiar, papel na sociedade. E só quando ela começa a se relacionar com as outras personagens é que vão se definindo os gestos, os trejeitos, as características mais peculiares, que distinguem aquela personagem de suas companheiras de história. A última, bem última coisa que se forma é a aparência física da personagem – e essa, por ser de convivência mais recente, eu muitas vezes esqueço de contar ao leitor, no livro. Acabo enfatizando mais as características emocionais, psicológicas, sociais, motivacionais da personagem do que sua aparência física.

Gostei de fazer essa reflexão. A forma como construo as personagens é algo que eu fazia sem pensar no processo. Tomar consciência dos processos me ajuda a compreender melhor como minha mente trabalha. É realmente fascinante.

domingo, 1 de março de 2015

OUTRO ANIVERSÁRIO DE NOVO

Hoje faz exatamente 450 anos que a Mui Leal e Heróica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi fundada pelo bravo Estácio de Sá, acompanhado de outros portugueses corajosos, incluindo nesse grupo também alguns Jesuítas. É uma data memorável para todos os cariocas e para todos os que moram aqui e, porque não?, para todos os que, mesmo sem terem nascido nem estarem morando, são também encantados com a beleza desta parte do mundo que, segundo Fernão Cardin, “tem uma Bahia que bem parece que a pintou o supremo pintor e architecto do mundo Deus Nosso Senhor. E assim é cousa formosíssima e a mais aprasível que há em todo o Brasil” (Tratados da terra e gente do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, São Paulo: USP, 1980. p. 170).

E hoje faz também 423 anos que minha história Construir a terra, conquistar a vida acabou (conforme contei aqui). Tudo bem, foi um longo dia 1/3 que só terminou na tarde do dia 2/3. Tempo psicológico é assim: o referencial é a pessoa que está passando pela experiência, e não o relógio, ou qualquer outra forma de medição do tempo. A grande sequência final da história começa no dia 1/3, quando Duarte e sua grande família – que, além de toda a família de Fernão, a essa altura inclui também filhos e netos – aproveitam o dia festivo para um passeio (piquenique) à região do Rio Carioca, onde, ainda nos idos de 1567, Duarte conheceu Ayraci. A história termina assim, no piquenique. Ali todas as pontas são amarradas, tudo é solucionado. E a sequência se estende noite adentro – ninguém dorme – e segue pelo dia seguinte. Então, se ninguém dormiu, o dia 1/3 não acabou. Ele entrou pelo dia 2/3 e incorporou-o.

Então eu, no meu delírio autoral, sempre fico achando que as comemorações civis e religiosas desse dia, até hoje, de alguma forma rememoram e celebram o que aconteceu naquele dia 1/3/1592. Assim, seja Duarte! Que seu nome fique gravado para sempre junto dos bravos heróis portugueses que deixaram sua terra para virem construir nosso Rio de Janeiro. Como você previu, sempre que alguém (eu) fala “Estácio de Sá”, também fala “Duarte Correia”, herói da cidade. E assim será, enquanto o aniversário da cidade for dia 1/3.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

POR QUE VOCÊ ESCREVE O QUE ESCREVE?

Essa foi uma pergunta lançada no grupo “Escritores ajudando outros escritores”, do Facebook. É realmente uma boa reflexão a ser feita. Em geral, sabemos facilmente responder o que fazemos, em quanto tempo e como fazemos. Mas a motivação primordial é algo em que nem sempre se para pensar. Pelo menos esse é o meu caso. Nunca me preocupei em tentar verbalizar porque escrevo as coisas que escrevo. Mas, atendendo ao desfio do colega, parei para considerar essa questão.
Achei que ia passar dias quebrando a cabeça tentando encontrar uma resposta mas ela começou a vir em algumas horas (uma noite de sono). Então posso já dizer alguns dos motivos que me levam a escrever o que eu escrevo:
1)     é o que eu gosto de escrever – sim, prazer acima de qualquer coisa. Não teria sentido para mim escrever alguma coisa que não me desse satisfação emocional e psicológica – e até racional.
2)     é o que me vem à cabeça – considerando que meu processo de criação é majoritariamente inconsciente, é prudente obedecer a ele e dar prosseguimento ao que ele determina, em vez de querer criar conscientemente. Nunca consegui escrever uma história por encomenda ou por motivação externa.
3)     é o que eu sei fazer – para que vou ficar lutando com gêneros e estilos que não comino? É muito mais fácil para mim continuar o que já venho fazendo há anos – sempre aprimorando, é claro, porque não dá para ficar repetindo “mais do mesmo”.

Esses são os principais motivos pelos quais eu escrevo o que escrevo. Motivos concretos, sem mitificações.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

TRILOGIA x COLETÂNEA

Meus leitores mais atentos podem ter ficado surpresos quando eu disse que a história de Rodrigo é minha primeira trilogia, e podem ter se perguntado “Mas e a Biblioteca de Kerdeor? Não são também três livros reunidos?” Sim, são, e é exatamente essa a diferença entre os dois. Por que eu chamo Kerdeor de coletânea e chamo Rodrigo de trilogia?
A estrutura de formação dos dois conjuntos é distinta. Kerdeor é um agrupamento de três livros com protagonistas diferentes, com objetivos diferentes, reunidos em um tomo único pela característica de serem novelas de cavalaria. Já a história de Rodrigo são também três livros mas com o mesmo protagonista, com muitas personagens em comum, contando uma mesma história dividida em três pedaços. A publicação de Kerdeor será feita em um tomo; a publicação da história de Rodrigo será feita em três tomos, um para cada livro.
É por isso que, embora eu já tenha um conjunto com três livros, Rodrigo é a primeira experiência com uma história dividida em mais de um livro.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

É PRECISO SOBREVIVER À AÇÃO DESCENDENTE

Ação descendente é tudo o que acontece depois do clímax de um romance. É importante e necessária para amarrar todas as pontas que foram abertas durante a ação ascendente e para trazer o protagonista de volta a uma situação de repouso, como a que havia no início do romance. Afinal, a estrutura de um romance, em geral, é: estava assim (apresentação), aconteceu tudo isso (ação ascendente), resolveu (clímax), ficou assim (conclusão). A ação descendente é justamente a construção do “ficou assim”.


Bem, se é importante e necessária; se faz parte da estrutura do romance, qual é o problema: O problema é que, em geral, o ponto mais interessante do romance é o clímax, e toda preparação para se chegar ate ele. Passado o clímax, o romance meio que perde a razão de ser e o interesse – não só para o leitor mas também para o escritor. Então é um desafio para o escritor continuar interessado em contar a história de forma interessante para o leitor.

Uma maneira possível de manter esse interesse é criar micro-problemas que se solucionam em seguida e são ao mesmo tempo cenas de amarração de pontas. Foi o que eu fiz com De mãos dadas, que tem 132 páginas depois do clímax – uma longa ação descendente. Depois do clímax principal, fiz um clímax secundário e depois 30 páginas só para organizar de novo a vida de Toni e chegar à cena final. Se não crio outros pequenos conflitos, não ia conseguir chegar ao fim.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A PRIMEIRA

Em outubro de 2014 aconteceu minha primeira trilogia. É a história de Rodrigo (ainda sem título). Começou em 2011, despretensiosamente, com a história de um adolescente “bom moço” que se apaixona por Ângela, uma colega de escola que não se enquadra em certos padrões da sociedade. Ele se torna alvo de críticas por parte dos amigos e da família e tem que escolher entre viver esse amor enfrentando o mundo, ou reenquadrar-se socialmente e trocar de namorada.
Era só isso, uma historinha simples e até boba. Mas, como eu sempre gosto de saber como vai ser a vida de minhas personagens depois que eu ponho o ponto final (já falei sobre isso aqui), de repente me vi imaginando a vida de Rodrigo no final da faculdade (seis anos depois da história original), ainda sofrendo os efeitos da escolha que ele fez no primeiro livro. E, por causa da escolha feita, ele agora se depara com uma nova escolha a fazer. As cenas começaram a se formar na minha mente e, quando percebi, tinha um segundo livro, com estrutura fechada (início, meio e fim) em continuação ao primeiro livro.
Estava feliz por ter feito uma história com continuação – fato inédito – mas quis saber o que aconteceria mais para frente e assim nasceu o terceiro livro, que encontra Rodrigo adulto, profissional com carreira em desenvolvimento, casado e com um filho, vivendo novamente um momento de crise e tendo que escolher o rumo de sua vida – só que agora a decisão dele se reflete em toda a família, o que torna a tarefa mais difícil.

Cheguei a pensar em juntar tudo num livro só – que é mais a minha característica, mas cada volume tem sua estrutura fechada, seu problema central, seu clímax. Os eventos do livro 1 não são ação ascendente para o clímax do livro 3. Ou seja, são realmente três livros independentes contando as vidas das mesmas pessoas – sim, as famílias, alguns amigos e também Ângela estão nos três volumes. Agora que terminei de escrever De mãos dadas, é hora de me dedicar a contar a história de Rodrigo. Estou detalhando as cenas e ajustando os detalhes e pretendo começar a escrever ainda este ano. Como cada livro dura menos de um ano, e me parece que têm estrutura de novela, devo conseguir escrever todo o livro 1 este ano. Espero.

domingo, 11 de janeiro de 2015

O FIM, ENFIM

Foi no dia 1/11/2014 que eu terminei de escrever De mãos dadas. Foram ao todo três anos e cinco meses de dedicação para escrever 787 páginas numeradas, que totalizam 810 páginas, em LXIII capítulos. Cabe uma explicação: essa diferença entre número de páginas numeradas e número de páginas total acontece porque enxertos não têm numeração de página. Um enxerto colocado, por exemplo, na página 20 e a página 20*. Se for um enxerto muito longo, a contagem fica 20*p.1, 20*p.2, 20*p.3, etc – ou 20a, 20b, 20c, etc, sem que se altere a numeração das páginas seguintes (21, 22, ...) Então, no final, um texto com 50 páginas numeradas mais três páginas de enxerto tem, na verdade, 53 páginas, sendo que três não estão na sequência da numeração. No fim, a numeração oficial é 810: é a que eu considero para todas as minhas tabelas e cálculos.
O resultado foi bastante inesperado. Quando eu comecei a escrever, achava que em um ano e 200 páginas eu resolvia toda a história. Que ilusão! O projeto era grandioso demais e eu não percebi. Eu só me dei conta de que tinha perdido o controle quando percebi que precisei de 40 páginas para contar como Toni passou pela Revolução Paulista de 1924. Eu já estava na página 284! E foi quando eu percebi que estava lidando com um novo “gigantinho”, alguém para dar o braço a Construir a terra, conquistar a vida em tamanho e em tempo de escrita. Isso eu acertei: De mãos dadas é a segunda história em tamanho e em tempo de escrita, ficando atrás apenas de Construir a terra, conquistar a vida, com 895 páginas e 6 anos. No final, os números são os seguintes:
- data inicial: 1/6/2011
- data final: 1/11/2014
- tempo total: 1249 dias (3 anos e 5 meses)
- número de páginas numeradas: 787
- número de páginas total: 810
- número de páginas por dia: 0,6
De outro lado, um dado fundamental que não dá pra medir em números: satisfação imensa de ter passado três anos e cinco meses participando da vida de Toni, assistindo as dificuldades e conquistas do rapaz ambicioso que, aos 13 anos, decidiu mudar seu destino.
Toni agora ficará um ano fechado dentro de uma caixa, esperando eu esquecer o que escrevi, para poder ler com olhos mais isentos, com “olhar de leitor”. Essa será a primeira avaliação, e só depois dela – se Toni passar, é claro – é que vou inclui-lo na fila de publicação, e começar a pensar em digitação.
Foi uma experiência bastante interessante vir aqui no blog regularmente compartilhar com vocês minha caminhada durante a construção da história. Foram postagens com notícias do andamento da trama, problemas que tive, soluções que encontrei, análises e reflexões. Vocês puderam acompanhar quase em tempo real o processo de construção de um romance. Pensar sobre o que estou escrevendo – no momento em que estou escrevendo – me ajuda a tomar consciência do meu processo de criação e essa é uma forma de valorizar os aspectos positivos e tentar eliminar os fatores que me bloqueiam e atrasam. Espero que vocês também tenham apreciado trilhar esse caminho junto comigo. É algo que eu pretendo fazer sempre que estiver escrevendo um livro – e meu próximo projeto é a história de Rodrigo, ainda sem título.

Livro acabado, página virada, passamos ao próximo. Toni agora só no final do ano.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

VOLTA AO BLOG

Eis que começa o ano de 2015. O blog esteve desativado desde setembro, porque eu não estava conseguindo dar conta de todos os meus compromissos – afinal, eu tenho muitas vidas além da literatura. Mesmo na literatura, escrever romances é mais importante do que escrever textos para o blog então, na hora de escolher, sacrifiquei o blog.
Pode parecer que é mais fácil escrever para o blog do que escrever romances, mas apenas no quesito “tamanho do texto”. Os textos que publico aqui passam pelo mesmo processo de elaboração que uso para escrever meus romances: criação, estruturação, planejamento, redação, releituras, revisões, reescritas, avaliações; e ele precisa ficar de lado uns cinco dias antes da última avaliação para finalmente ser publicado. Seria inconsequente de minha parte simplesmente abrir a página do blog, digitar o que me vem à cabeça no momento e apertar o botão “publicar”. Imagino que para muitos blogueiros o procedimento seja esse mas eu faço as coisas conforme as minhas limitações e tenho consciência de que meu primeiro rascunho definitivamente não é um texto finalizado. Não invejo quem escreve e logo publica: cada um tem seu processo e capacidades próprias. E, se eu não tenho talento para escrever um texto muito bom logo de primeira, ao menos tenho talento para melhorá-lo durante o processo que termina com a publicação.
Durante esses três meses em que fiquei sem o compromisso de tentar publicar alguma coisa aqui, pude organizar as atividades do blog para este ano. Ajudou muito ter acabado de escrever De mãos dadas (assunto do texto do dia 11/1), que liberou meu tempo de escrita para a produção de textos para publicar aqui.
Este ano vou aplicar ao blog e à página no Facebook algumas sugestões que colhi em textos de marketing. Espero, desta forma, divulgar melhor meus livros. Então, este ano teremos promoções exclusivas, e-books, descontos nos livros impressos. Mas só para quem realmente me seguir de perto. As promoções e novidades serão para meus seguidores do Facebook (siga-me aqui) e para e-mails cadastrados (cadastre-se aqui). Assim, continuo com meu sistema de três publicações mensais no blog, e consigo fazer as ações de marketing. Uma coisa não vai interferir na outra.
Este ano finalmente vou mesmo lançar Construir a terra, conquistar a vida, em e-book e livro impresso. Assim que tiver data, eu aviso a vocês.
Então a agenda para este ano ficará assim:
Dias 1, 11 e 21 – publicação no blog
Dia 10 – lançamento de e-book e promoção de livros impressos (aviso por e-mail e Facebook)
(editado - depois resolvi fazer o lançamento do e-book e o início da promoção no mesmo dia)

E Feliz Ano Novo para todos nós!!

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Um pouco sobre mim

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Mestre em História e Crítica da Arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Dedica-se à literatura desde 1985, escrevendo principalmente romances. É Membro Correspondente da Academia Brasileira de Poesia - Casa Raul de Leoni desde 1998 e Membro Titular da Academia de Letras de Vassouras desde 1999. Publicou oito romances, além de contos e poesias em antologias. Desde junho de 2009 publica em seu blog textos sobre seu processo de criação e escrita, e curiosidades sobre suas histórias. Em 2015, uniu-se a mais 10 escritores e juntos formaram o canal Apologia das Letras, no Youtube, para falar de assuntos relacionados à literatura.

Quer falar comigo? É aqui mesmo.

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