sábado, 21 de fevereiro de 2015

POR QUE VOCÊ ESCREVE O QUE ESCREVE?

Essa foi uma pergunta lançada no grupo “Escritores ajudando outros escritores”, do Facebook. É realmente uma boa reflexão a ser feita. Em geral, sabemos facilmente responder o que fazemos, em quanto tempo e como fazemos. Mas a motivação primordial é algo em que nem sempre se para pensar. Pelo menos esse é o meu caso. Nunca me preocupei em tentar verbalizar porque escrevo as coisas que escrevo. Mas, atendendo ao desfio do colega, parei para considerar essa questão.
Achei que ia passar dias quebrando a cabeça tentando encontrar uma resposta mas ela começou a vir em algumas horas (uma noite de sono). Então posso já dizer alguns dos motivos que me levam a escrever o que eu escrevo:
1)     é o que eu gosto de escrever – sim, prazer acima de qualquer coisa. Não teria sentido para mim escrever alguma coisa que não me desse satisfação emocional e psicológica – e até racional.
2)     é o que me vem à cabeça – considerando que meu processo de criação é majoritariamente inconsciente, é prudente obedecer a ele e dar prosseguimento ao que ele determina, em vez de querer criar conscientemente. Nunca consegui escrever uma história por encomenda ou por motivação externa.
3)     é o que eu sei fazer – para que vou ficar lutando com gêneros e estilos que não comino? É muito mais fácil para mim continuar o que já venho fazendo há anos – sempre aprimorando, é claro, porque não dá para ficar repetindo “mais do mesmo”.

Esses são os principais motivos pelos quais eu escrevo o que escrevo. Motivos concretos, sem mitificações.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

TRILOGIA x COLETÂNEA

Meus leitores mais atentos podem ter ficado surpresos quando eu disse que a história de Rodrigo é minha primeira trilogia, e podem ter se perguntado “Mas e a Biblioteca de Kerdeor? Não são também três livros reunidos?” Sim, são, e é exatamente essa a diferença entre os dois. Por que eu chamo Kerdeor de coletânea e chamo Rodrigo de trilogia?
A estrutura de formação dos dois conjuntos é distinta. Kerdeor é um agrupamento de três livros com protagonistas diferentes, com objetivos diferentes, reunidos em um tomo único pela característica de serem novelas de cavalaria. Já a história de Rodrigo são também três livros mas com o mesmo protagonista, com muitas personagens em comum, contando uma mesma história dividida em três pedaços. A publicação de Kerdeor será feita em um tomo; a publicação da história de Rodrigo será feita em três tomos, um para cada livro.
É por isso que, embora eu já tenha um conjunto com três livros, Rodrigo é a primeira experiência com uma história dividida em mais de um livro.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

É PRECISO SOBREVIVER À AÇÃO DESCENDENTE

Ação descendente é tudo o que acontece depois do clímax de um romance. É importante e necessária para amarrar todas as pontas que foram abertas durante a ação ascendente e para trazer o protagonista de volta a uma situação de repouso, como a que havia no início do romance. Afinal, a estrutura de um romance, em geral, é: estava assim (apresentação), aconteceu tudo isso (ação ascendente), resolveu (clímax), ficou assim (conclusão). A ação descendente é justamente a construção do “ficou assim”.


Bem, se é importante e necessária; se faz parte da estrutura do romance, qual é o problema: O problema é que, em geral, o ponto mais interessante do romance é o clímax, e toda preparação para se chegar ate ele. Passado o clímax, o romance meio que perde a razão de ser e o interesse – não só para o leitor mas também para o escritor. Então é um desafio para o escritor continuar interessado em contar a história de forma interessante para o leitor.

Uma maneira possível de manter esse interesse é criar micro-problemas que se solucionam em seguida e são ao mesmo tempo cenas de amarração de pontas. Foi o que eu fiz com De mãos dadas, que tem 132 páginas depois do clímax – uma longa ação descendente. Depois do clímax principal, fiz um clímax secundário e depois 30 páginas só para organizar de novo a vida de Toni e chegar à cena final. Se não crio outros pequenos conflitos, não ia conseguir chegar ao fim.

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Um pouco sobre mim

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Mestre em História e Crítica da Arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Dedica-se à literatura desde 1985, escrevendo principalmente romances. É Membro Correspondente da Academia Brasileira de Poesia - Casa Raul de Leoni desde 1998 e Membro Titular da Academia de Letras de Vassouras desde 1999. Publicou oito romances, além de contos e poesias em antologias. Desde junho de 2009 publica em seu blog textos sobre seu processo de criação e escrita, e curiosidades sobre suas histórias. Em 2015, uniu-se a mais 10 escritores e juntos formaram o canal Apologia das Letras, no Youtube, para falar de assuntos relacionados à literatura.

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