domingo, 11 de dezembro de 2011

SURPRESAS E IMPREVISTOS

Cheguei ao ano de 1918 e Toni está desempregado. Há uma guerra, e o Brasil se viu impelido a participar. Então imaginei que, no desespero, Toni gostaria de ir para a guerra, mesmo que fosse para morrer e... e por que ele não procuraria seguir a carreira militar, já que ele está procurando emprego em todo lugar? Só então me dei conta de que ele faz 18 anos justamente em 1918 e precisa se apresentar para o serviço militar obrigatório. Ele serve por um ano, depois não sai, e seus problemas de dinheiro e emprego estão resolvidos. Sim, é ótimo e perfeito... para ele! Para mim é péssimo, porque preciso dele desempregado em 1922 para o ponto de virada mais importante da história. Minha esperança era de que a obrigatoriedade do serviço militar fosse algo recente. Dessa forma, ele não teria que se apresentar e não correria o risco de resolver seus problemas assim. Pesquisei na Internet e o que foi que eu descobri? Que o serviço militar para todos os rapazes aos 18 anos existe no Brasil desde 1906 mas só se tornou obrigatório em 1918, justamente por causa da Grande Guerra. Eu não contava com esse tipo de imprevisto. Passo tanto tempo escrevendo sobre o passado remoto que esqueço das questões do passado mais recente, que ainda influenciam a vida atual. Então agora tenho que inventar um jeito dele ficar quite com suas obrigações junto ao Exército Brasileiro sem ir para a guerra, e sem se tornar militar de carreira. A questão da guerra até é mais fácil, porque o Brasil enviou poucos contingentes. Mas uma carreira militar para Toni está difícil evitar. Tenho que estudar mais sobre como era o serviço militar nessa época – e eu tenho parentes e amigos no Exército Brasileiro que talvez saibam do assunto para me ajudar – para salvar minha história do colapso. Se o ano de 1922 não for exatamente do jeito que eu planejei, a história perde o sentido e terá que ser descartada.
Mas por outro lado, é uma boa oportunidade de usar um deus-ex-machina. Vou estudar primeiro e depois decido o que fazer.

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Mestre em História e Crítica da Arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Dedica-se à literatura desde 1985, escrevendo principalmente romances. É Membro Correspondente da Academia Brasileira de Poesia - Casa Raul de Leoni desde 1998 e Membro Titular da Academia de Letras de Vassouras desde 1999. Publicou oito romances, além de contos e poesias em antologias. Desde junho de 2009 publica em seu blog textos sobre seu processo de criação e escrita, e curiosidades sobre suas histórias. Em 2015, uniu-se a mais 10 escritores e juntos formaram o canal Apologia das Letras, no Youtube, para falar de assuntos relacionados à literatura.

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