Nem sempre as coisas acontecem conforme o planejado
e o desejado. A tarefa de terminar de escrever De mãos dadas hoje se
mostrou grande demais para o tamanho das minhas pernas. Não consegui sequer
terminar a cena importante, longa e detalhada de dezembro de 1927, quanto mais
entrar em 1928, que é quando a história acaba. Bem, “rei morto, rei posto”. Então, se um desejo não foi alcançado, já
ponho outro no lugar: acabar de escrever até o final de 2014. Isso me dá tempo
suficiente para fazer o que tem que ser feito: levar a história até seu final,
voltar para preencher as lacunas que deixei para trás incluir as cenas que
esqueci de escrever, e ler tudo para conferir que não falta nada. E só então
colocar o ponto final. Não dava pra fazer tudo isso em um mês.
Terminar hoje não era realmente fundamental, mas
apenas uma forma de criar uma “curiosidade”: acabar de escrever no mesmo dia em
que comecei, o que faria a conta ficar “redonda” e eu poderia dizer “levei três
anos exatos”. Nada tão importante, na verdade.
Deixando de lado a parte do “não consegui”, falemos
das coisas boas: a história está, sim, chegando ao fim e, portanto, as cenas
finais estão sendo elaboradas em seus detalhes. Dessa forma, o que era apenas
uma linha mestra, uma meta, vai se tornando cena com ações e sentimentos. O “osso”
vai ganhando “carninhas”. Os conflitos restantes estão prestes a se resolver –
o principal na cena longa que estou fazendo. Depois são mais uns meses – até maio
de 1928 – para amarrar todas as pontas e arrematar a história na cena final,
uma cena-resumo que traz elementos importantes do passado e aponta para o
futuro. Estou prestes a me despedir de Toni e dá aperto no coração pensar
nisso. Do meu ponto de vista, são três anos juntos. Do ponto de vista dele, são
quinze anos juntos. Vai ser difícil trancá-lo numa caixa por um ano, tirar férias,
escrever outras coisas, e só voltar a Toni em 2016. Sempre é difícil mas eu
consigo. Foi assim também com O canhoto, Construir a terra, conquistar a vida, Não é cor-de-rosa, Amor de redenção, só para citar os mais
recentes. Afinal, repetindo o “rei morto,
rei posto”, tenho que acabar de diagramar Construir a terra, conquistar a vida e decidi mesmo
escrever o dilema de Rodrigo e sua namorada “pouco convencional”. Acho que vai
ser interessante entrar no universo adolescente contemporâneo (Rodrigo tem 14 anos) e falar
de preconceito, bullying, escolhas de
vida.
Bem, tudo isso é para dizer que hoje é aniversário
do blog. Faz cinco anos que eu venho aqui repartir com vocês meus dramas e
alegrias literários, contar as histórias das minhas histórias e refletir sobre
meu processo de criação. Obrigada a quem me acompanha com regularidade.
Obrigada a quem vem aqui só de vez em quando. O blog não tem sentido sem a
companhia de vocês. Meus leitores são meu presente de aniversário. Parabéns
para nós.
Ficamos felizes, por todo o seu carinho Mônica, sem dúvidas nós aprendemos muito com suas belas narrações. Sou um admirador da literatura, e a cada nova informação que adquiro com pessoas de extremo conhecimento e carinho para conosco, fico em êxtase. Meu sincero abraço. Manoel Barbosa.
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