Continuo na linha dos sentimentos que tomam conta de minhas personagens, conforme inspiração do colega literário Renato César.
Diferente do amor à primeira vista, intenso, apaixonado, arrebatador, que muitas personagens minhas
conhecem, há um outro tipo de amor, igualmente intenso
mas com certas características próprias e que outras personagens minhas experimentam. É um sentimento que começa como uma
amizade infantil e que se intensifica na adolescência, quando as personagens decidem
que querem ficar juntas para sempre, como marido e mulher. É um amor menos
arrebatador e mais tranquilo do que o amor à primeira vista, mas mesmo assim
minhas personagens são capazes de enfrentar obstáculos e dificuldades, de fazer
loucuras em nome desse sentimento.
A influência principal neste
caso é O morro dos ventos uivantes, de Emily Bronté, com a história da
amizade infantil entre Heathcliff e Catherine, que se torna amor na adolescência e
que inspira tantos outros sentimentos intensos, apaixonados, arrebatadores.
Minha relação com essa história começou na infância, com o filme de William Wyler, produzido em 1939 (e é claro que eu assisti a uma reprise), com Laurence
Olivier e Merle Oberon nos papéis principais. Encantei-me com o indomável
Heathcliff e depois fui buscá-lo no livro, que me lembro de ter lido pelo menos
três vezes. A leitura do livro fez o filme perder o encanto mas o interesse
pelas personagens e pela história permanece, e faz questão de influenciar minha
forma de escrever.
Rosala e Thierry, Estácio e Maria Teresa, Nicolaas e Ester, Toni e Rosa são exemplos desse amor permanente,
que mistura amizade e costume de uma forma tão intensa que, para eles, é inconcebível a vida sem seu par. Bem, cada casal desses tem seus
desafios, e seria antecipar o fim da história contar o que eles precisam enfrentar
para conseguir enfim ficar juntos – ou não.
Ah, não importa a forma de escrever. O importante é escrever.
ResponderExcluirUm beijo grande