Novamente foi uma pergunta
do colega literário Renato César o ponto de partida para eu escrever este
texto. Lendo meus livros, ele percebeu que é comum que as personagens se
apaixonem ao primeiro olhar – o amor à primeira vista. É realmente bastante
comum nas minhas histórias e recentemente – e por acaso – eu descobri ou me lembrei
por que: em algum momento da minha infância ou adolescência, provavelmente
antes de começar a escrever, e numa época de construção de imaginário, eu
assisti à reprise do filme Romeu eJulieta (1968), de Franco Zeffirelli. Há alguns dias, revendo algumas cenas
marcantes do filme, eu percebi quanto dele se encontra espalhado por todos os
meus livros, especialmente em O destino pelo vão de uma janela.
Então, essa ideia do amor à primeira vista intenso, avassalador e que leva as
pessoas a desatinos ficou impregnada no meu inconsciente e no meu imaginário, e
explode nas minhas histórias sempre que pode. Quero rever o filme todo
novamente, para ver se é dele também que vem uma outra característica minha,
apontada por meus leitores e tão bem observada pelo Acadêmico Antônio Olinto
que, ao folear Construir a terra, conquistar a vida, me disse “tem muitos diálogos”,
para em seguida completar: “o grande mestre dos diálogos é Shakespeare”. Então,
se Romeu e Julieta me marcou tanto,
talvez também seja influência de Shakespeare minha predileção por contar a história
em diálogos.
É uma honra descobrir que
todos esses anos venho seguindo, ainda que inconscientemente, tão valoroso
mestre. Espero agora, com a consciência do fato, aprender ainda mais com ele e
me aperfeiçoar.
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