Hoje é o dia em que
comemoramos o aniversário da fundação da cidade de São Sebastião do Rio de
Janeiro, que completa 448 anos de ocupação portuguesa permanente. A história
dos primeiros anos de vida da cidade é marcada por heroísmo e persistência de
um grupo de bravos que teimaram em manter o lugar sob o domínio do rei português.
Adversidades não faltaram, fosse a presença dos franceses, os ataques dos índios
tamoios, o terreno formado por lagoas e charcos, a falta de gente para povoar,
os poucos recursos disponíveis para trabalhar a terra e fazê-la produzir. Eles
passaram por cima das dificuldades e construíram uma cidade que se tornou uma
das mais bonitas e importantes do Brasil, conhecida no mundo todo, embora ainda
haja muitos problemas a resolver – hoje, problemas de outras ordens.
E foi nessa data tão
marcante para a história da cidade que eu escolhi acabar a história Construir a terra, conquistar a vida. Ela podia ter acabado em qualquer dia, mas
eu quis que o último evento da história coincidisse com o aniversário da
cidade, um dia de festa e alegria. Então, enquanto todos comemoram os 448 anos
da cidade do Rio de Janeiro, eu me lembro de que faz 421 anos que aconteceu o último
evento da história (que é claro que eu não vou contar).
Estou fazendo a última revisão
do texto, que tem 844 páginas digitadas em tamanho A4 (ainda estou chegando na
metade). É muito interessante rever um texto que eu acabei de escrever a dez
anos atrás (como contei aqui), e que faz tempo que não leio inteiro assim. Fico
pensando “fosse hoje, escreveria diferente”. Mas é bom ver as personagens
agindo, os eventos históricos acontecendo, os problemas surgindo e sendo
resolvidos. Nos 25 anos em que se desenrola a história (de 1567 a 1592), tanta
coisa acontece na vida da cidade e na vida das personagens... e é bom o
sentimento de que personagens minhas estão no grupo dos bravos portugueses que
fizeram os primeiros dias da cidade. Duarte lutou ao lado de Estácio de Sá e
depois ele e Fernão lutaram ao lado de Salvador de Sá. E, além de defenderem a
cidade, também a povoaram com seus filhos e netos. Construíram a terra e
tiveram portanto direito de conquistarem uma vida melhor para si e para seus
descendentes.
Salve Primeiro de Março, início
e fim para muitas histórias, tanto reais como fictícias.
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