Estou há tempo
ensaiando para falar desse tipo de protagonista. Andei pesquisando conceitos e
exemplos mas não encontrei muita informação conclusiva. Todos preferem falar do
herói, aquele sujeito sem graça que abarca todas as qualidades da face da terra
e que salva o mundo todos os dias. O anti-herói, perto do herói, é asqueroso e
desprezível. Tenho uma queda pelos desamparados, talvez por isso prefira os
anti-heróis.
Todos os meus
protagonistas são anti-heróis. Não que sempre lhes falte caráter (característica
apontada como necessária para alguns conceituadores) mas eles têm uma série de
defeitos: sentem medo, sentem raiva destrutiva (e não a indignação mobilizante
dos heróis), têm dúvidas, erram, choram, caem, pedem desculpas; são muitas
vezes gananciosos, interesseiros, falsos, mentirosos, inescrupulosos, embora
confiáveis, amorosos, fiéis a seus ideais. Por isso, pode acontecer de eles
serem confundidos com antagonistas – como eu mesma fiz, analisando a personagem
Curt Legrant neste texto. Na verdade, ele
é o protagonista da história mas, por ser um anti-herói, ele acaba parecendo
antagonista de Karl. O mesmo acontece com Ninette, que é, sim, protagonista de
sua história. Dessa forma, Karl e Estienne ficam mesmo com o papel de
co-protagonistas, na função de “pequenos” (ver texto sobre Grande e pequeno) e,
na verdade, eles também são antagonistas, pois impedem Curt e Ninette de
alcançarem o poder que almejam.
O anti-herói
está mais próximo da pessoa real do que o herói. E eu gosto das pessoas reais,
que têm defeitos e problemas. Acho que construir anti-heróis me ajuda a dar
verossimilhança à história, pois a vida no passado (o que eu gosto de fazer)
não era um conto-de-fadas, mas vida de verdade, de pessoas humanas como nós.
Então o personagem que você citou eu não conheço mas sempre gosto dos anti heróis, o Batman é um deles que curto muito, o Patch, o Damon e muitos outros
ResponderExcluirbjos